Reproducimos textualmente la entrevista de Nara Lacerda y Juliana Passos Repórter SUS aborda o papel da merenda escolar no combate à obesidade infantil publicado el 10 de junio último por la agencia de noticias de la Fundacao Oswaldo Cruz.
El Sistema Único de Salud (SUS) de atención sanitaria, solventado y suministrado por el Estado nacional, ofrece servicios médicos gratuitos a todas las personas que habitan el país, sean residentes permanentes o circunstanciales.
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Agencia Sistema de Noticias Científicas (aSNC)
Embora faça [Aunque sea] parte das nações que devem colocar em prática o Plano [el Plan] de Aceleração da Organização Mundial da Saúde (OMS) para deter a obesidade, o Brasil ainda tem [todavía tiene] um caminho longo pela frente [largo camino por delante], inclusive no que diz respeito [en lo que respecta] a crianças e adolescentes. Entre as metas do plano, está a interrupção do aumento da obesidade em toda a população ainda [aún] este ano. O objetivo está longe [lejos] de ser cumprido para todos os públicos [todas las poblaciones]. No [En el] caso das [de las] pessoas de 0 a 19 anos, a tendência observada é de alta e a merenda escolar tem tudo a ver com isso [es al alza y la comida escolar tiene que ver con ello].
Em entrevista ao podcast Repórter SUS, a nutricionista e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Larissa Loures afirma que o ambiente escolar é essencial para o desenvolvimento de hábitos alimentares adequados tanto na promoção de educação nutricional quanto no que é oferecido [en cuanto a lo que se ofrece] para consumo. Ela usa o termo “pântanos alimentares” para defender que o cuidado também seja colocado em prática no entorno das unidades de ensino [unidades de enseñanza].
“Não estamos falando do comércio ambulante apenas, mas sim de todo o comércio que fica ao redor das escolas, seja fixo ou informal. Temos verificado que as escolas estão localizadas em pântanos alimentares. Locais onde a oferta de alimentos ultraprocessados é muito maior do que a oferta de alimentos in natura e minimamente processados”.
Dados do estudo Comercialização de alimentos em escolas brasileiras (Caeb), realizado entre 2022 e 2024 pela ACT Promoção da Saúde, corroboram a preocupação. A pesquisa apontou alta frequência e alimentos ultraprocessados em todas as capitais brasileiras. Os refrigerantes estão presentes em mais de 61% dos casos e os salgadinhos em quase 50%.
Além disso, o levantamento mostra que a média de ultraprocessados comercializados é 50% superior em relação aos alimentos in natura e minimamente processados. Dentro das escolas, a variedade desses produtos é 65,79% mais alta. Esse cenário, segundo Larissa Loures, molda o consumo alimentar até a vida adulta.
“Não basta ter aula, não basta estar nos livros didáticos [en los libros de texto], esse ambiente precisa ser modificado. A consequência disso no longo prazo é ter uma qualidade de vida e uma alimentação adequada e saudável na sua [en su] essência. Quando investimos em uma geração, estamos investindo em recursos futuros, para não termos [para no tener] que seguir debatendo que as crianças estão cada dia mais obesas, tendo diabetes de maneira precoce, ficando [volviéndose] hipertensas e enfrentando problemas de saúde mental. Um cenário que chega a ser desleal com elas”.
O 3º Panorama da Obesidade em Crianças e Adolescentes, divulgado em fevereiro, revela que o percentual de excesso de peso na população de 0 a 19 anos aumentou de 29,6% em 2015 para 30,8% em 2023. Houve registro de diminuição de 35,2% para 31,7% na faixa de 0 a 4 anos, mas as crianças de 5 a 9 anos apresentaram acréscimo [aumento] de 28,7% para 29,3%. O dado é ainda mais [El dato es todavía más] alarmante na [en la] população de 10 a 19 anos, que deu um salto de 24,9% para 31,2% no mesmo período.
As metas da OMS também incluem a redução de 15% da prevalência global de inatividade física. Hoje, o Brasil tem mais da metade da população sedentária. Outro objetivo importante é atingir [lograr] 3% ou menos de prevalência de sobrepeso em crianças menores de cinco anos.
Larissa Loures pontua [señala] que o Brasil tem medidas importantes para conter o problema, mas pondera que elas ainda não alcançam o poder de influência da indústria. Em fevereiro, o governo federal reduziu de 20% para 15% o percentual máximo de alimentos ultraprocessados na merenda escolar, com previsão de chegar a apenas 10% em 2026.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que regulamenta o consumo de alimentos nas escolas públicas desde 2009, tem foco na agricultura familiar e nos alimentos minimamente processados e in natura. Estados e municípios também contam com leis e decretos que proíbem a oferta e comercialização de alimentos ultraprocessados em cantinas.
“Precisamos trabalhar com políticas públicas que vão moldar e modificar esses ambientes para conseguirmos dar segurança aos indivíduos e estimular decisões conscientes. A população está sendo bombardeada por uma indústria e essa concorrência é desleal. Quando pensamos na capacidade que ela tem de fazer publicidade, de convencer, de ter um consumidor em potencial, vemos que nossas políticas públicas precisam começar a trabalhar esses aspectos que são relacionados aos ambientes alimentares”, conclui a professora.
* Fundacao Oswaldo Cruz
Repórter SUS aborda o papel da merenda escolar no combate à obesidade infantil
Juliana Passos e Nara Lacerda (EPSJV/Fiocruz)
10 de junio, 2025
https://agencia.fiocruz.br/reporter-sus-aborda-o-papel-da-merenda-escolar-no-combate-obesidade-infantil